Entrevista a Drula

Desta vez, o nosso entrevistado é um jogador de que todos os Belenenses gostam, e cujo nome dispensa apresentação: Drula, o nosso capitão.

O Belenenses é o clube certo para prosseguires a carreira?
Sim, já que vim numa altura da minha carreira já com muita experiência, mentalidade forte e espírito de vitórias para fazer parte deste projecto novo e ajudar a construir uma equipa forte com jogadores novos, que no futuro lute pelos títulos, de modo a conseguir elevar o nome do Belenenses mais alto e que dentro do próprio clube o futsal seja uma modalidade de referência
e prestígio.

O que significa para ti vestir a camisola do Belenenses?
Para mim é um orgulho muito grande vestir esta camisola e também uma responsabilidade muito grande, já que a história do Clube diz-nos que o Belenenses tem que lutar sempre para ganhar, ou seja, lutar por títulos. Tem que se ter uma mentalidade vencedora e tem que se sentir a camisola. Depois de ter passado cá 3 anos e voltar outra vez, é um privilégio vestir a camisola deste grande clube

Como é que começaste a jogar futsal?
Comecei a jogar futsal por acaso, já que o meu sonho era jogar Futebol de 11, onde joguei até aos juvenis. Foi depois nos juniores que comecei a praticar futsal no Vitória dos Olivais e quando subi a sénior e fui para o Sporting é que percebi que a minha vida desportiva ia ser no futsal, modalidade que adoro... mas como a vida dá muitas voltas: já em seniores vim fazer um treino de captação ao Belenenses (era o treinador João Alves e o adjunto o Pietra) e, ironia do destino, agora aqui estou no Belenenses em futsal

E quando é que o futsal passou a ser encarado como uma carreira?
Como disse anteriormente, comecei a perceber que ia fazer carreira no futsal logo no 1º ano de sénior no Sporting. Entendi que ia ser a minha modalidade de eleição e não me arrependo nada, pois acho que fiz uma boa escolha de uma modalidade que eu adoro e tenho orgulho na carreira que tenho feito

Quais os principais motivos que te levaram a regressar ao Belenenses num plantel onde apenas se manteve um jogador?
Houve motivos muito fortes que me levaram a voltar: primeiro foi o convite do treinador. Para além de ter trabalhado já muitos anos com ele, também conheço os métodos e a relação treinador/jogador é muito saudável. Depois, reviver outra vez os momentos únicos com os adeptos/sócios fantásticos que o clube tem, sabendo que era um projecto novo, com todos os jogadores novos a aprenderem novos métodos. Sabia de antemão que ia levar tempo, mas que depois vai dar frutos, era um projecto aliciante. Resumindo: AMOR a esta camisola

Quais são os principais adversários do Belenenses na luta pelos Play-Off?
Penso que neste campeonato não se pode dizer que haja principais adversários para o Play Off já que se mantém tudo em aberto, as equipas estão muito equilibradas e ainda falta muito campeonato. Penso que o Sporting e o Benfica estão num nível superior, e o resto das equipas estão no mesmo patamar com tudo ainda por decidir.

Como te defines como jogador?
Não gosto de fazer uma auto-avaliação. Gosto que me definam, mas vou tentar; sou forte no 1x1, bom remate, bom passe, boa visão de jogo e mau a defender, mas tenho vindo a melhorar, se calhar aos 40 já estou um defensor nato... Ah! Ah! Ah!

Quem é a tua maior referência no futsal?
Eu tenho a sorte de na minha carreira já ter tido jogadores, treinadores que me marcaram muito e ainda continuo a aprender, mas no início da carreira tive jogadores na equipa que me ensinaram muito e que foram referências para mim, tais como: Leonel Dias, Pedro Antunes, Pedro Rodrigues com quem tive o privilégio de jogar. Mas houve um que me marcou em tudo, que foi o Paulo Mendes, como jogador, como homem, como líder, era um senhor. Gostava também de um dia ser um exemplo para os jovens jogadores...

Quais as principais diferenças que encontraste quando chegaste ao Restelo em relação ao último clube onde jogaste?
As diferenças são abissais, entre o Belenenses e o Vitória dos Olivais (clube que já acabou); o Belenenses tem uma estrutura forte, sólida e organizada, uma massa adepta que gosta, que acompanha, que faz a diferença nos jogos em casa, e com as condições necessárias para os jogadores praticarem futsal. No Vitória dos Olivais, não tínhamos pavilhão próprio, poucas pessoas acompanhavam o clube e os meios para a prática da modalidade eram os mínimos.

Diz-se que uma das "armas" dos Conquistadores tem a ver com o ambiente no balneário e a relação de amizade entre todos os elementos da Secção. É verdade?
É uma verdade, essa é uma das "armas" desta equipa, mas este ano esse ambiente foi-se adquirindo com o tempo, não apareceu logo de raiz, ou seja, desde a pré-época, com jogadores todos novos, mentalidades novas, métodos novos. Eu faço um mea-culpa por não estarmos aquele grupo tão coeso, um bloco com todos a puxar no mesmo sentido, já que não consegui estar na pré-época, e sinto que fiz muita falta nessa altura para criar aquele espírito de grupo, de união que nos caracteriza. No entanto, temos vindo a ganhá-lo e espero que no fim a direcção e os adeptos tenham orgulho nesta equipa jovem, ambiciosa e unida...

Como classificas o cumprimento aos associados no final dos encontros?
Acho que o cumprimento aos associados é o culminar de uma relação especial e única entre jogadores e sócios. Esse momento é a ligação que nos diferencia dos outros clubes, a aproximação entre os dois é um estímulo tanto para nós como para os associados. Acho que é bastante saudável ouvir no final de um jogo um carinho ou um conselho, que nos faz sentir especiais, acarinhados e diferentes.

Quando acabares a carreira como jogador, gostarias de continuar ligado ao futsal?
Eu ainda não pensei muito nisso, já que eu não sou de fazer planos a médio-longo prazo. Mas não falta muito para acabar a carreira e se calhar treinar os mais jovens pode ser uma hipótese... nunca se sabe.

Uma palavra final para os adeptos do Belenenses...
A primeira palavra que me ocorre é dizer obrigado e que continuem a apoiar e a acreditar nesta equipa, porque só com a vossa paixão e incentivo é que nós vamos ter aquela força extra que nos ajuda a ganhar jogos e a ultrapassar as dificuldades que nos criam. Com o vosso apoio incondicional nós vamos atingir os nossos objectivos. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que sintam orgulho nesta equipa. Vocês são fantástico, diferentes e únicos. Força Belenenses!

Por último faz-nos um balanço da 1ª volta...
Faço um balanço positivo, mas em consciência acho que poderíamos ter feito bem melhor e penso que esta segunda volta vai ser bem diferente. A equipa está em crescendo, melhor fisicamente, mais organizada e defensivamente mais forte, assim como cada vez estamos mais unidos em prol do objectivo traçado. Acho que tivemos um início aquém das expectativas, com derrotas que não esperávamos, mas agora tem que se levantar a cabeça e fazer uma segunda volta condizente com o valor da nossa equipa.

Nome: Nuno Ricardo Costa Martins da Silva
Data de nascimento: 28 de Novembro de 1974
Posição: Ala/Pivot
Local de nascimento: São Sebastião da Pedreira
Clubes representados: Sporting, Vila Verde, Recordação Apolo, Atlético, Benfica, Olivais, Belenenses e Vitória dos Olivais
Melhor momento da carreira: A 1ª vez que fui internacional pela nossa selecção
Cor favorita: Azul e preto
Carro favorito: Jaguar
Cantores ou bandas preferidas: Depeche Mode

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