Depois de uma pré-temporada algo apagada, Fabinho surgiu nos dois jogos do campeonato já disputados como um dos jogadores mais em evidência, reforçando a aposta da estrutura técnica do clube em o ter de volta, depois de ter adiado o seu regresso ao nosso plantel na época passada, por motivos pessoais.
Depois de uma vitória clara frente ao Boavista, uma derrota amarga na casa do Rio Ave, a equipa revelação da época passada. Como está a moral do grupo?
O grupo está bem. Sabemos da realidade que vivemos. Era um jogo muito complicado, apesar de na I Divisão todos os jogos serem complicados, mas sem dúvida que cada vez queremos mais, cada vez galvanizamo-nos mais, e queremos dar uma resposta já neste sábado, com muita vontade e com muito querer.
Que diferenças notas, tu que nunca tinhas jogado na I Divisão?
Tudo é diferente: a qualidade das equipas, a intensidade com que se joga, a qualidade individual dos adversários, os pavilhões, os espectadores... tudo isso é fantástico. Claro que a maior diferença é sermos obrigados a treinar para além daquilo que eram antes os nossos limites.
Também temos que ter a noção da nossa nova realidade, porque um erro significa quase sempre golo do adversário. Temos de ser muito mais responsáveis e desligar de tudo o resto, pensar e concentrar todas as energias no jogo. É isso que estou a tentar fazer, deitando essa "inexperiência" para trás das costas, e tem sido relativamente fácil pois consigo joga o meu futsal sem medo de errar porque se errar tenho quinze colegas a apoiarem-me e a darem-me moral e sinceramente isso é um ponto fortíssimo do nosso balneário... a UNIÃO!
Achas que a juventude do plantel pode levar a que esses “erros” aconteçam com mais frequência?
A juventude tem aspectos positivos e menos positivos. Eu sinceramente acho que essa palavra “juventude” começa a ser um ponto fundamental no nosso plantel porque é essa juventude que cada vez está a desinibir-se mais, cada vez o grupo está mais forte e começo a ver que os erros que cometemos de inicio, serão cada vez menos. Temos trabalhado todos muito para que desapareçam, mas no futsal sabemos que eles existirão sempre. Todos os jogadores erram mas cada vez iremos errar menos, e quando toda essa “juventude” tiver assimilado convenientemente o impacto da I Divisão poder-se-á então verificar toda a qualidade da nossa equipa, disso não tenho dúvidas.
Jogo difícil esta semana. Os Leões de Porto Salvo têm sempre boas equipas...
Para mim vai ser um jogo especial pois vivi cinco anos a dois passos do pavilhão e também já representei os Leões de Porto Salvo nos escalões de formação. Certamente vai ser mais uma motivação extra, porque motivado estou sempre que visto a camisola do Belenenses/ElPozo. Quanto ao adversário, é uma equipa que já fez coisas muito bonitas na I Divisão, tem jogadores com muitos jogos no escalão principal e é uma equipa muito forte nas transições.
Penso que vai ser um jogo como ainda não tivemos nenhum este ano. O Boavista é uma equipa que aborda o jogo de uma maneira mais defensiva e nós conseguimos impôr o nosso jogo, o Rio Ave é uma equipa que joga muito bem com um futsal muito tático e trabalhado e os Leões de Porto Salvo é uma equipa que parte muito o jogo, apostando muito nos lances individuais onde são fortes. Mas nós estamos a trabalhar bem e o espírito que reina na nossa equipa é lutar pelos três pontos em qualquer campo com qualquer adversário e é sem dúvida o que vamos fazer, esperando ser mais um passo na nossa evolução.
Nota-se que pessoalmente tens vindo a assumir cada vez mais o teu papel na equipa. Sentes que chegou a tua hora?
Claro que sim. Já deixei muitas coisas para trás, ultrapassei os erros que cometi, mas quando estamos na idade do sabemos tudo, só cometemos asneiras. O que fiz de mal e de bom no passado já lá vai.
Este ano estou determinado e quero mostrar todo o meu futsal e continuar a comportar-me nos jogos como um guerreiro dentro do campo, a disputar cada bola como se fosse a última. Mas confesso que se estou assim, e graças a Deus sinto-me muito bem e cada vez mais confiante, posso agradecer ao nosso grupo de trabalho, colegas, treinadores e dirigentes, que têm sido fantásticos no apoio e motivação, mas sobretudo aos meus colegas que valorizam-me como eu os valorizo a eles. Este será o ano do Fabinho, sinto-me muito feliz aqui!
Tenho ainda, fora do campo, os meus pais, a minha irmã e a minha namorada que tratam de me darem o devido descanso e de me apoiarem sempre que necessário e é muito bom ter estas pessoas perto de mim.
Para ti não é novidade, mas o que esperas do nosso público no sábado?
O nosso público percebe de futsal, gosta de futsal e conhece o nosso plantel, sabe que somos uma equipa jovem, sabe que somos quase todos oriundos da formação, sentimos o Belenenses de coração e eles dão muito valor a isso.
É obvio que gostava de ver as bancadas do Pavilhão Acácio Rosa cobertas de azul, a pular e a cantar empurrando-nos para a desejada vitória. Se os adeptos acreditarem em nós como nós acreditamos quando sentimos eles ali connosco, seremos uma equipa muito mais próxima da vitória!